quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sampaio - Anta de N.ª S.ª da Rosa

Na aldeia de Sampaio, no Concelho de Vila Flor, mais propriamente na área envolvente à Capela de N.ª Sr. da Rosa, junto à Ribeira da Vilariça, existe uma anta (Anta de N.º Sr,ª da Rosa) e duas antelas (antas mais pequenas). As Antas ou Dólmens, são monumentos megalíticos tumulares colectivos, típicos da sociedade pré-histórica, edificadas essencialmente no período neolítico, caracterizados por terem uma câmara de forma poligonal ou circular utilizada como espaço sepulcral. A câmara dolménica era constituída com grandes pedras verticais que sustentam uma grande laje horizontal de cobertura. As pedras em posição vertical, dominadas esteios ou ortóstatos, são em número variável entre seis e nove. A laje horizontal é designada de chapéu, mesa ou tampa. Quanto à superfície da câmara dolménica não supera o metro quadrado.

Depois de há um ano atrás ter tentado encontrar estes exemplares, mas sem sucesso, voltei ao local no dia 3 de Junho. Sai de Vila Flor às 07:30 horas, chegando a Sampaio às 07:45 horas. Ao fundo/entrada da aldeia, junto à nacional 102/IP2, existe uma placa com a indicação das antas, a partir dai não existe qualquer outra indicação, nem das antas nem da capela. Como já desde os tempos de menino que conheço o caminho para a ribeira e a Capela de N.ª Sr.ª da Rosa, não sendo então novidade para mim o trajecto, mas era novidade a existência das Antas.

Depois de deixar a estrada segui então o caminho em terra, agora em brita até à ribeira. Depois deixei este caminho em brita e segui outro em terra batida em direcção à chã grande com continuação para a capela. Pois para aqueles que não conhecem o local seria bastante difícil chegarem à capela devido a existência de vários caminhos e sem qualquer placa a sinalizar o local.

No dia da minha exposição fotográfica em Sampaio, falei nas antas com habitante da aldeia, mostrando o meu interesse em fotografar as antas e ele disse-me onde se localizavam. Por isso cheguei à Chã Grande, onde se encontram algumas vinhas e parei o carro. Dali consegui ver a Capela de N.ª Sr.ª da Rosa, tratei então de seguir mais ou menos o trajecto por meio de monte que me tinham indicado.

O monte era rasteiro, composto por arças, algumas giestas e erva bastante alta dificultando a procura de tal antiguidade. Depois de percorrer um pouco desse monte, qual foi o meu espanto, quando vi umas pedras no meio da erva, pensei logo que se tratava de uma anta. Sem dúvida, tinha encontrado aquilo que há um ano procurei e não muito longe dali, tendo passado até bem perto dela.

Via-se que se tratava de uma anta, mas em bastante mau estado, apenas verifiquei a existência de algumas pedras ao alto, mas sem a parte superior (tampa) como estamos habituados a ver como o exemplo da anta de Zedes no concelho de Carrazeda de Ansiães.

Fiz algumas fotografias da mesma, e tratei de procurar as outras, uma vez que tinha conhecimento da existência de mais duas, mas depois de ter procurado por algum tempo, acabei por desistir, pois o monte não me permitiu encontrar mais nenhuma. Talvez noutra visita ao local tenha mais sorte.

Pois é de lamentar que este tipo de antiguidades (monumentos históricos), fiquem assim deitados ao abandono e que ninguém faça algo por preserva-los, encontrando-se no meio do monte, dificultando assim a sua procura.
O mais absurdo é ainda, existir uma placa ao fundo/à entrada da aldeia, com a indicação das antas, e a partir dai não haver nenhuma outra placa ou qualquer indicação a indicar a localização quer das antas, quer da capela. Quem pensar em visitar estes monumentos, depois desta placa anda uns 100 metros tem logo outro caminho, chega ali e surge a dúvida: “Qual o caminho a seguir!?”, eu se não conhece-se era assim que me interrogava. Mas como existe este caminho, mais à frente há outros e ai surgiria novamente a dúvida. Enfim!

Seria bom quem a Junta de Freguesia, Autarquia e outras Entidades Locais, contribuissem para o aproveitamento, reabilitação e restauração daquilo que a nossa aldeia possui de histórico, obras resultantes dos nossos antepassados, é necessário dinamizar um pouco mais a aldeia, podendo começar por estes pontos turísticos, pois haverá sempre alguém que nos visite, não seja apenas por motivos económicos/financeiros, mas pelo aspecto cultural, turístico e pelo bom nome da nossa freguesia.

1 comentário:

Alexandrina Areias disse...

Bem... parece-me que procurar essa Anta ou o que resta dela é quase como se costuma dizer "procurar uma agulha num palheiro..." e realmente colocarem essa placa na estrada nacional é só para enganar digamos assim...
Bjs,
AA