Dia 03 de Junho, aproveitei o feriado, para fazer uns passeios fotográficos. Logo de manhã fui a Sampaio à procura da Anta de N.ª S.ª da Rosa, como referi numa das minhas postagens anteriores.
No regresso a Vila Flor, segui a estrada até à Ponte da Junqueira, e depois segui a estrada que segue para Vila Flor. Ao chegar ao cruzamento do Nabo, decidi entrar na aldeia e seguir em direcção Arco. Já ali tinha feito algumas fotografias num outro passeio por esta aldeia, mas desta vez ao passar junto do ribeiro, num olhar mais atento, observei uma “cegonha” ou baldão.
Decidi então parar o carro e como havia um casal no cultivo da horta onde se encontrava a cegonha, perguntei-lhes se poderia fotografar tal engenho, onde me responderam, com toda a simpatia: “claro que sim”.
Depois de conversar um pouco com essas duas pessoas fiquei ainda mais admirado e estupefacto, quando me disseram que havia muitas mais por aquelas hortas que se seguiam à deles. Nisto ponho-me a olhar e vi mais duas.
Não hesitei então em me deslocar ribeiro abaixo e entrar naquelas lindas hortas cultivadas com batatas, feijões, cebolas, alfaces, etc. , em todas elas existia então uma cegonha, como era extraordinário tal cenário! Penso que poucas serão as aldeias do Concelho de Vila Flor onde se poderá deparar com tal cenário. Pois como se pode verificar nas imagens o nome de cegonha, dado a este engenho, tem todo o sentido devido ao seu formato, bem parecido com uma cegonha (ave).
Ainda não mencionei foi qual a utilidade deste engenho, bom uma Cegonha é um engenho que possui uma peça comprida, à semelhança do pescoço de uma cegonha, (aí o nome de cegonha) e que serve para tirar água dos poços. Todas elas, eram em madeira, embora encontra-se uma feita em ferro, constituídas por dois paus articulados. Como se pode verificar nas imagens um deles esta fixo na vertical, tendo o género de uma fisga na ponta e ai tem colocado um ferro que faz de eixo em torno do qual rodava o outro pau, sendo furado a meio para poder ser trespassado por uma barra de ferro, assim o balde colocado na ponta do braço móvel pode-se baixar e retirar a água do poço, que existe a lado, tendo encontrado estes tapados por uma questão se segurança. Na outra ponta do pau móvel, como se pode verificar, encontram-se presas algumas pedras, afim de fazer contrapeso, tornando assim o balde mais leve. Junto destes poços, não em todos há ainda um pequeno tanque, pia em pedra ou cantaria, para onde se despeja a água do balde, seguindo esta por um rego para assim se regarem as culturas.
Um outro engenho utilizado para retirar água, bem mais conhecidas por mim, no Vale da Vilariça, são as noras. Pois em tempos de menino e adolescência, bem me recordo de ver os machos ou burros andarem à volta destas, fazendo rodar os alcatruzes que traziam a água à superfície para se regarem as culturas. Actualmente, já não são utilizadas da mesma forma, já não há animais a circular a volta delas, pois o uso dos motores de rega ou bombas eléctricas fizeram com que estes engenhos de retirar água, quer as cegonhas, quer as noras, ficassem esquecidos no tempo e em desuso, mas na aldeia do Arco no concelho de Vila Flor, ainda persistem em funcionamento as cegonhas, balde ou baldão.
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