segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Arrematação de S. Sebastião em Freixiel 2011 (2)

Ontem, dia 30 de Janeiro de 2011, realizou-se em Freixiel, no concelho de Vila Flor, mais uma tradição da Arrematação de S. Sebastião. Da parte de manhã Recolheu-se por toda a aldeia os produtos para leiloar na parte de tarde em frente à Igreja Matriz, produtos estes que são na sua maior parte produtos da terra.

A Arrematação de S. Sebastião é um acontecimento importante, vivido com enorme emoção e entusiasmo por toda a população de Freixiel.  No ano anterior, existiu a vontade de estar presente na Arrematações de S. Sebastião, mas passou o dia e eu sem me lembrar, mas este ano uma amiga de Freixiel, fez o favor de me lembrar, convidando-me para estar presente na arrematação, à qual passo a agradecer, pelo convite. Cheguei então eu e a família a Freixiel por volta das 14:15 horas. Em frente  à Igreja, local habitual das Arrematações de S. Sebastião, onde já havia algumas pessoas. Eram muitos os produtos expostos para leiloar, principalmente produtos da terra desde cebolas, figos, abóbora, feijão, batata, vinho, enchidos/fumeiro, ovos, entre outros, havia também muitos bolos, uns feitos em casa outros de pastelarias, acompanhados estes sempre por bebidas variadas. Além das pessoas da aldeia, havia também muitos de outras localidades, que foram chegando, sendo já habitual a sua presença em anos anteriores, levando sempre alguma coisa para casa. Em anos anteriores, segundo soube, havia os "galheiros", ramos de zimbro onde eram pendurados alguns produtos, mas este ano não existia nenhum.  Às 14:20 horás, a dar início à arrematação, três senhores entraram no interior do circulo formado pelos produtos a arrematar, pelas pessoas sentadas em bancos da igreja e pela mesa onde se recebia o dinheiro.
O arrematador deste ano, foi o Senhor João, Presidente da Junta, tendo todo o jeito e boa disposição para tal, deu então início à arrematação como já é costume em anos anteriores com os “segredos”, nome dado, a  pequenos embrulhos, por não se saber o que estes contem, o que tem uma certa graça. Pois quer os adultos, quer as crianças, estão sempre curiosos com o que lhes pode calhar. Vim a saber que antigamente esses “segredos” continham algo fora do vulgar, algumas “maldades”, o que agora já não acontece. 
Depois começou-se com a arrematação dos bolos, que eram muitos e sempre acompanhados com uma garrafa de bebida (vinho verde, espumante, etc.), sendo um desses bolos e algo mais arrematado pela minha esposa, pois ir a uma arrematação e não trazer nada para casa, é como lá não ter ido. Alguns eram arrematados e guardados para se levarem para casa, outros eram ali mesmo servidos, sendo exemplo disso um bolo arrematado pelo S.º Padre Zé, pároco da aldeia, que começou por distribui-lho pelos presentes, sempre com um sorriso nos lábios, muito extrovertido e participativo, puxando bem pelo valor dos produtos leiloados, ficando mesmo com alguns deles.
A acompanhar a arrematação, havia aqueles que lá bebiam um “pinguita de vinho” pela "bota" e como um bom transmontano, não me fazendo de rogado lá mostrei também que sabia beber por esta, o que já não era novidade para mim, pois nas aldeias ainda há quem leve uma “bota” de vinho, quando vai trabalhar para o campo.
Depois dos bolos chegou a vez de se arrematarem os produtos propriamente ditos da terra, resultantes da agricultura, entre estes havia também animais (duas pitas e um galo) e uma cesta com enchidos. Prolongou-se assim por toda a tarde a arrematação até serem completamente “escoados” todos os produtos, o que veio a acontecer às 16:25 horas. No final da arrematação deu-se início à contagem do dinheiro conseguido, revertendo este a favor da igreja. Foi super agradável ter estado presente na Arrematação de S. Sebastião em Freixiel, pois toda a população de Freixiel, está de parabéns por manter viva esta tradição, o que é de louvar.
Obrigado à Dona Fátima Rosinha de Freixiel, pelo convite e pela cedência das suas fotos, que mostram alguns dos momentos vividos durante a manha de Domingo na recolha dos produtos pela aldeia. Bem haja Dona Rosa, pois para o ano, se possível lá estarei novamente para mais uma Arrematação de S. Sebastião.
Em breve será colocado aqui no blogue, um vídeo com alguns momentos vividos durante a arrematação.

1 comentário:

Anónimo disse...

ke trabalho excelente. nem tenho palavras pra exprimir o agadecimento ke sinto. obrigado, jorge. graças a ti nos os emigrantes vivemos como se estivesse mos ai em portugal. os emigrantes de cada regiao ke tu visitas e valorizas ke reconheçam em ti uma pessoa formidavel e dedicada ao imenso trabalho ke tens feito pra ke nos sentimos mais perto da nossa terrinha querida. obrigado amigo e agradeço te em nome de todos os emigrantes, principalmente dakeles ke adoram visitar o teu blogue e ke nao sabem reconhecer isso. um grande abraço do tonio.