Hoje o Mensageiro Notícias, publicou uma notícia, de há 50 anos “Pelo Distrito" (in MB n.º 784, de 11-09-1959), sobre Codeçais, a qual subscrevo: “Codeçais. Quem passa no comboiozinho do Tua, apenas entra no concelho da Carrazeda, abisma-se em montanhas que se perdem no céu. Seguimos com a respiração contida e o coração em sobressalto, não vão aquelas fragas ciclopicas rolar sobre nós e esmagar-nos. Por isso, pedimos a todos os Santos da corte celeste que o termo chegue. Mas digo-lhes que vale a pena parar, numa dessas estaçoezinhas cavadas no coração da montanha, descer e lançarmo-nos à escalada dos picos. As fragas logo nos surgem floridas de pinhais e sobros, muito verdes. E encantram-nos. Depois, nos curtos valejos em que um palmo de terra se abriga a vinha, a oliveira, a figueira a laranjeira - todas as árvores do paraíso terreal se desentranham em fruto deliciosos. Lá no cimo, a meia de escalada lenta e penosa, fica a aldeia de Codeçais, de 100 fogos, que nos oferece uma paisagem inédita, mas comovedora e maravilhosa, que ainda um dia há-de prender largamente, outra secção deste jornal. Aqui, vamos seguir por outro caminho – o das suas necessidade. Logo a sua escola, novinha em falha, do plano dos Centenários, lavada e fresca, aparece, a chamar-nos atenção. Possui um arremado de água canalizada, que lhe não basta. Já podia talvez ter o remédio em casa, se os técnicos e a Câmara não vissem o problema por prismas diferentes. Enquanto aqueles opinam que dve ser içada do rio, esta pensa explorá-la num outeiro sobranceiro, o que é menos seguro (embora mais barato), dado que as nascentes de encosta oferecem sempre fraca vitalidade, por mais abundantes que pareçam. O que importa é que o abastecimento se faça, vanha ela donde seja. O calcetamento, irregularísmo (ainda é do tempo da monarquia), precisa todo de revisão profunda. Falta-lhe o telefone, não obstante os esforços empreendidos para o conseguir. Mas a sua maior necessidade reside na falta de estrada. Compreensivelmente a Câmara anda com um rompimento, que ainda não foi além dos 400 metros até Pombal, por onde ficaria ligada à cabeça do concelho. O velho traçado até à estação do caminho de ferro, necessita de ser acabado e de pronto calcetamento, antes que as trovoadas o inutilisem. E a Luz? Ai o tormento de avistar, à noite e, as outras aldeias de lá do rio, a faiscar, e as desta banda ainda às escuras”
Fotografias: Panorâmicas de Codeçais; Estação de Codeçais
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