A Igreja Matriz de Moncorvo é templo de maiores dimensões em Trás-os-Montes e tem como orago Nossa Senhora da Assunção. A fachada principal, inserida numa imponente torre de cantaria que lhe acentua a verticalidade, ostenta um portal renascença de arco pleno, flanqueado por dois pares de colunas coríntias assentes em plintos comuns. Entre os colunelos, duas edículas e duas imagens. Sobre o entablamento, surge outro conjunto iconográfico, constituído por três imagens entre colunas da mesma ordem mas menores, dentro de nichos barrocos, recortados em concha. Rematando a composição, rasga-se uma janela envidraçada também de arco pleno, recortada entre dois colunelos e sobrepujada por um frontão vazado assente na arquitrave. No registo superior abrem-se duas janelas de verga recta, sobrepujadas pelas ventanas dos sinos, em arco de volta perfeita. A cerca de 30 metros de altura, no topo da torre, situa-se uma balaustrada em granito. O alçado lateral sul apresenta-se apoiado em sete contrafortes, existindo entre o terceiro e o quarto um portal protegido por um enorme alpendre abobadado, que ostenta a data de 1567 e inclui uma imagem de Nossa Senhora do Coberto. O alçado lateral norte mostra igual número de contrafortes e apresenta um portal em arco pleno, tendo nele sido esculpida a data de 1566 e um relevo mostrando a imagem do Padre Eterno. O alçado posterior apresenta uma capela-mor com três vãos de iluminação.Tem-se acesso ao interior através de um endonártex. O interior apresenta três naves de cinco tramos, sensivelmente à mesma altura. Oito grandiosas colunas, rematadas em capitéis discóides, suportam as três pesadas abóbadas polinervadas em granito. A igreja possui quatro altares laterais, sendo os do lado da epístola dedicados a Santo António e às Almas e os do lado do evangelho dedicados a Nossa Senhora do Rosário e aos apóstolos Pedro e Paulo. Ainda deste lado está exposto um tríptico do século XVII, com três cenas da vida de São Joaquim e Santa Ana: uma representa a Revelação profética de um anjo a S. Joaquim e o encontro deste com a esposa à Porta Áurea de Jerusalém; outro, o casamento de S. Joaquim com a futura Mãe da Virgem; o outro, a Apresentação do Menino Jesus pela Virgem a Santa Ana. A capela-mor, quase da altura das naves, apresenta igualmente uma bela abóbada de pedra, já não polinervada, mas esquartelada e pintada, fingindo caixotões. O altar-mor ostenta um precioso retábulo setecentista, executado em 1752 por Jacinto da Silva. As paredes estão pintadas com frescos da autoria de Francisco Bernardo Alves, representando a "Última Ceia" e "A Virgem Comungando". Sob os frescos subsistem as duas filas do antigo cadeiral do cabido.
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