Quem vem do Bairro novo em direcção ao Cruzeiro, pode encontrar estas alminhas antigas em granito.
Antes de chegar ao Cruzeiro comecei por fotografar umas janelas de uma casa desabitada e abandonada como muitas na aldeia de Codeçais.
Andando mais um pouco, cheguei ao Largo Cruzeiro, que é de uma beleza esplêndida .
Cruzeiro do Senhor dos Aflitos, data de 1863. Como era Sábado e as pessoas estavam a trabalhar no campo e também por estar frio, não encontrei ninguém no cruzeiro. O largo do Cruzeiro é o coração da aldeia e era onde os homens da aldeia se concentravam nas tardes de Domingo, agora já nem tanto.
Junto ao Cruzeiro, encontram-se casas antigas em granito e coloridas, que encantam quem visita a aldeia, pena a maior parte delas estarem ao abandono.
Junto ao largo do Cruzeiro existe um fontanário.
Foi a partir, daqui, do largo do Cruzeiro que portas e janelas me chamaram à atenção. O seu seu estado degradante e abandono é constante pelas várias ruas da aldeia por onde passei.
É realmente magnífica, a diversidade de janelas e portas com trancas em madeira que se encontram. Fotografar estas belezas, faz-nos pensar e interiorizar, como os antepassados trabalhavam na construção, o gosto que tinham por aquilo que faziam. Das fechaduras às trancas de madeira nas portas, vemos um pouco de como era a vida na aldeia há alguns anos atrás.
As ruas da aldeia, são muito estreitas, nalgumas nem um carro consegue passar, mas percorrer a aldeia a pé permite-nos ver e admirar as suas belezas.
Dirigindo-me para a rua da igreja, continuei a encontrar portas e janelas de uma beleza rara. As rugas que se expõem com o passar dos anos tornam-nas belas. Praticamente todas elas têm uma tranca de madeira.
Nalgumas delas nem a publicidade politica falta.
Dirigi-me então em direcção à igreja pela rua da igreja que tem uma subida bem acentuada.
Já na igreja, encontro um aldeão a tocar os sinos, pois ia haver missa, mas como minha intenção não era ir à missa, segui em direcção ao cemitério que fica mais acima, subindo ao cimo de uma fraga onde se encontra uma grande cruz branca, donde se avista praticamente a aldeia na sua totalidade, tirando assim umas fotos panorâmicas à aldeia.
Daí, pode-se ver a alternância dos telhados de construções mais recentes com as antigas, dando assim uma conjuntura magnífica a aldeia.
Depois de ter tirado algumas fotos desde o Bairro Novo à Igreja, passei por de trás do cemitério encontrando uma casinha de campo em ruínas, descendo mais abaixo encontro mais uma, estando esta ainda em boas condições.
Volto a subir em direcção ao campo de futebol e vou à procura de umas pedras, que já antes tinha visto e fotografado, onde falo também numa outra postagem feita neste Blogue “Esculturas Naturais em Codeçais ". Sem duvida que estas pedras (fragas) são magníficas esculturas.
Deste local pode-se avistar a Linha e o Rio Tua, que tanta polémica tem dado devido aos acidentes que têm acontecido. De ver a Linha e o Rio, bateram-me saudades de mais um passeio pela Linha do Tua. É com ansiedade e expectativa que espero por mais um passeio pela Linha.
Bom mas continuando, deixando esta vista maravilhosa, desço por meio de pinheiros e fragas cobertas de musgo, escorregando aqui e acolá, até chegar ao vale da corsa. Passei por um caminho por meio de sobreiros e pinheiros, que me deixou estupefacto pela sua construção, uma vez que não era em terra batida como a maior parte, mas sim todo ele em pedra, parecia um calcetamento que ali tinham feito, mas o que me surpreendeu foi o facto de serem pedras enormes. Como foi possível há tantos anos terem feito uma obra destas e provavelmente à mão sem ajuda de maquinaria.
Depois de atravessar o ribeiro do vale da corsa, parei para tirar umas fotos aos lameiros que ali se encontram, subindo de seguida ao meio de uma vinha para fotografar uma casinha em pedra que me tinha chamado à atenção.
Depois voltei a descer ao ribeiro e segui ribeiro acima, encontrando alguns tanques de água por onde passa a água do ribeiro, tendo sido desviado o seu curso, para assim ser aproveitada para a agricultura em época de regadio.
Começando a ficar já cansado, quando dei conta que me tinha enganado no percurso, pois minha intenção não era seguir por este ribeiro mas por um outro que passa praticamente à entrada de Codeçais. Mas como não sabia bem onde estava, tive que subir por entre mato e rochedos até chegar a um ponto mais alto para me poder localizar, foi então que chegando bem alto avistei Codeçais, quando foi meu espanto, que estava bastante desviado de Codeçais e confirmando então que realmente me tinha enganado no trajecto, pois o ribeiro que segui vai passar por baixo dos Pereiros. Já estava a começar a escurecer, desci então até ao ribeiro atravessando-o em direcção à estrada, voltando assim a Codeçais já de noite.
4 comentários:
Onde vi algo bem parecido?
Bom trabalho, continue.
espetacular trabalho.continua a divulgar as belesas escondidas. gostei muito de ver a terra onde eu nasci
"Começando a ficar cansado quando dei conta que me tinha enganado no percurso"
Acontece!
Com esse engano ficámos todos a ganhar, o Jorge na aventura vivida e nós no acompanhamento do relato e nas fotos.
Mas que belas fotografias de Codeçais...! E excelentes pormenores de um olhar bem atento... Parabéns!
Cumprimentos,
AA
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