quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A Lenda do Convento da Lousa

Uma vez que na última postagem "Ao encontro da Lousa no concelho de Torre de Moncorvo", faço referência ao Convento da Lousa, deixo então aqui a Lenda do Convento da Lousa. 
O Convento da Santíssima Trindade de Lousa, que pertenceu à Congregação dos Trinitários e fora escola de humanidades, foi fundado em 1474, por Santo Antão, natural de Seixo de Ansiães (concelho de Carrazeda) e falecido em Lousa a 15 de Janeiro de 1510 com fama de Santo, tendo sido sepultado na Capela Mor da Igreja do Convento. A origem da construção do Convento anda ligada a uma lenda, narrada pelo Agiólogo Lusitano da seguinte forma: "Frei Antão era filho de ricos e honrados pais, logo nos anos da adolescência se retirou afazer vida solitária nas brenhas vizinhas ao dito lugar (da Lousa), onde para se mortificar usava de vários rigores e penitências a que o céu correspondia com particulares consolações e favores. Entre eles, conta a tradição, que certa noite lhe apareceu um anjo, que da parte de Deus lhe mandou edificasse uma Igreja em honra da Santíssima Trindade no cume daquela montanha. Amanheceu, veio aos moradores do lugar, manifestou lhes a visão, a que eles não deram crédito. Apareceu lhes segunda vez o anjo e lhe disse que tornasse e que se preservassem na dúvida, mandassem vir ante si um enfermo, que no dito lugar estava já no últinao, ao qual, em testemunho desta verdade, e em nome da Santíssima Trindade, daria saúde. Tudo sucedeu pontualmente, porque o enfermo se levantou tão rijo e valente como se não houvera tido enfermidade alguma. Espantados os moradores de tal manifesto milagre, obedecendo ao divino oráculo, deram crédito ao que o santo mancebo dizia e logo levantam a Igreja, que em breve se acabou. Outra vez lhe voltou a aparecer o anjo e dadas as graças de estar há a Igreja acabada e perfeita, lhe disse que levasse a ela frades da Santíssima Trindade, pois era da própria invocação. Obedeceu, veio ao mosteiro de Santarém da mesma ordem, contou o sucedido, assentiram os religiosos e assinaram alguns, que levou consigo para a nova fundação. Ele também se recolheu em sua companhia, tomando o hábito, em cujo religioso estado floresceu em tanta santidade, ilustrada com maravilhas, que toda aquela comarca o venera depois de morto como um Santo, gloriando se de que foi seu compatriota e natural. Cujos ossos no ano de 1633 foram achados mui alvos e cheirosos em abono da sua virtude ".

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