Neste souto serrano
Há um velho castanheiro
Apesar… de tanto ano,
...Tem sido um bom parceiro
Mas a velhice chegou
Sentiu-se injustiçado
Toda a gente… o maltratou,
Melindrou-se de… desprezado
De repente… envelheceu,
Ninguém mais o acarinhou
Esse castanheiro, morreu
Todo o souto por ele chorou
E num dia de pouca sorte
Apesar de anos vividos
Do seu superior… porte
Ressentiu-se dos mexidos
Cortaram, aquele castanheiro
Ficou o souto… mais pobre,
Deixou de ser um parceiro
Essa arvore… tão nobre
Nesse campo há outros agora
Com saudades do castanheiro
Mas naquele lugar já…não mora
Esse tão bom… companheiro
Ficou um lugar…sagrado,
De meditação e altaneiro
Actualmente, neste coutado
Choram o fim do castanheiro
Fernando Silva
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"Jorge o prometido é devido, como tal, ofereço este meu poema a ti e a quem gosta de soutos transmontanos. Como sabes e bem documentas nas imagens de uma aldeia fantasma que se chama Gavião, que por certo vais ouvir falar aquando da minha peça de teatro, mas, isso fica para outras oportunidades, também os castanheiros se sentem desprezados por várias índoles, a mais escabrosa “o fogo”. Como amante da natureza repugna-me o facto de ver a decadência da nossa paisagem tão rica. Um abraço."
Obrigado Fernando pelo poema, pelo comentário, por essas palavras cheias de inspiração de um amante da natureza. Um Abraço para ti Também!
Fotografia: Castanheiro centenário na aldeia de Zedes (Concelho de Carrazeda de Ansiães)